Dias tranquilos não trazem paz.
Noites de calmaria escondem tempestades sombrias.
Quisera eu que o silêncio desse dia silenciasse
também minha vida.
Brisa e folhas que dançam no ar...
Só não se move essa minha indiferença.
O nada parece vazio e sem vida,
mas traz agonia.
É doloroso suportar a lacuna do tempo que somente
sussurra.
Ainda se gritasse, berrasse!
Mas não. silencia.
Isso passa!
Dias vazios.
Inércia de agora.
Eu.. .parada nas horas.
Será que se esforçar-me consigo ouvir sua voz?
Mas ela não fala!
Só passa.
E sempre passará.
Ouço só a chuva lá fora.
Ela não se importa com o que sinto.
Nem eu pergunto por que chora.
Entretanto tenho a atenção em
cada gota que toca
o chão
E escorre pela vala.
Não sabe do seu nada e do que nunca será.
Apenas corre em sua fluência...
Se pudesse também fluiria como ela!
Desejo voltar àqueles dias em que não tenho lembranças.
Época em que vivia
o agora.
Primeira infância.
A noite está passando...
Como faço para desvincular-me de tudo
que sinto?
Talvez a morte.
ou apenas morrer
um pouquinho.
Autora: Sharline Dionízio