Sejam bem vindos!!

























sábado, 24 de agosto de 2013

Meu viver!


Fechei janelas importantes, eram cheias de grades que me prendiam, grades invisíveis, idéias arraigadas a mim, e eu não percebia assim. Mas não as cerrei por definitivo, elas continuam esperando por mim, não abandonei meus intentos passados, meu velho assoalho. Tudo que construí acima dele, ele, por vezes, me recorda o que antes me atrelava ao chão. Um ser, um lugar, uma ideia, um amor de rei. Dias ensolarados, dias convencionais, dias repletos de conformismo, de injúria, de querer ficar, de sair sem rumo, de olhar nos olhos, de fugir de lá. Um dia eu olhei para trás, eu toquei o chão, eu quis parar, não pude voltar. Uma página saiu voando, com uma ventania que jamais passará. Um dia, faz tempo e o tempo se faz agora. Houve um tempo que o dia era futuro e o futuro agora. Houve em mim jardins com olhos humanos, em cada olho um lugar e um ideal de ego que eu não podia explicar.  Andava e meus pés queriam voltar, havia pouca paz e muita melancolia. Ainda não sei em qual janela permanecer, qual a melhor paisagem. Não sei dizer se o céu que hoje contemplo é mesmo o reflexo do dia que não passa, do dia que nunca passará. Existe um tempo eterno? Um momento que pode durar? Eu vivo como quem não sabe olhar, eu vivo com meus limites, com tudo que sou agora, eu vivo como quem luta e não sabe contra quem lutar. Eu sigo em frente e não quero mais voltar, eu continuo num caminho que parece o melhor, eu deixei outra vida antes e preciso, pelo menos, saber o que deixei para lá. Me pergunto quem sou eu, quantos não já perguntaram? Eu sigo perguntando quantos passos valem a pena, quantos caminhos caminhar, eu pergunto todo dia que é essa psicologia? Eu pergunto quem vai me explicar. Quantos olhos encontrei! Olhos mesquinhos, olhos de burguês. Encontrei olhos vazios também olhos de amor e prazer, olhos de piedade, encontrei você. Falei para ouvidos atentos, falei como quem canta uma música indecifrável, falei e falei. Ouvi histórias tristes, ouvi piadas que me fizeram rir, ouvi sem querer, ouvi sentindo uma dor que nunca havia sentido, era amargura, aflição, agonia. Tive que ouvir, tive que segurar o choro, a voz, tive que sair ereta, tive que permanecer. Quantas casas entrei, quantos dias me escondi de mim, só pra me defender. É duro olhar e sentir que a vida é tão mesquinha assim, mas a vida me alegra quando sabe agradecer, quando devolve a alegria, quando a esperança é madrinha, quando  se busca um refúgio em olhos que brilham, em mãos que se mexem, em sorrisos que me apetecem. Descobri que as janelas alheias são cheias de medo, de desespero. O que me acalenta é sentir o cheiro das rosas por algumas janelas que vejo. Passantes felizes, outros que andam só por andar. Eu estou aqui, é difícil enxergar, é difícil escutar, é difícil falar na hora...(?). Se as pessoas erram, não é porque elas querem errar, quase sempre, não sabemos enxergar, escutar e falar na hora certa.