Corro o risco de não saber responder a esta
pergunta e até mesmo não querer respondê-la. No entanto, aventuro-me a essa
questão que tanto me intriga e instiga também. E aviso que faço apenas uma
reflexão sem a exigência de persuadi-los de absolutamente nada.
Tantas histórias de amores findos e
despedidas amargas. Não é só na voz de Elis Regina que o amor tem fim trágico. Que
o olhar é de adeus. Que as pessoas se arrastam, arranham-se, escondem-se atrás
da porta e choram. O amor acabou!
Será mesmo que amor acaba? Um belo dia quando a felicidade reina, quando
dois corpos se conversam, quando a vida parece normal e a rotina suscita
olhares já mais distantes, porém aparentemente apaixonados. Um diz para o outro que já não
ama mais. A surpresa é inevitável. Mas,
como assim não ama? Ainda ontem fazias juras de amor!
Um sai de casa o outro fica. Um se vai na certeza de ter tomado a
decisão certa. O outro...sem respostas. Permanece somente a última palavra:
Adeus! Que por vezes não foi sonora. Foi só gesto que doeu. O virar das costas.
O simbólico fechar a porta para sempre.
Quando um não ama, o outro não pode amar!
Certo? Queria dizer: Certíssimo! Mas a vida não se calcula como a matemática.
Por que o amor tão grande de um não é suficiente para a relação? O amor terminou!
Mas não foi essa mesma pessoa que tanto amaste um dia? Que os olhares se
encontraram e um sentimento tão bonito surgiu? Sim, a mesma. Será?
Amor! Como explicar o fim? Se
amar é uma decisão, como não amar? Por que escolher o término em detrimento da
promessa de eternidade? Talvez tenha ido longe demais nas questões, mas não
limitaria meu pensamento a perguntas que posso responder.
Bem, Talvez pensemos ainda como Eva, que trocou a eternidade por uma "maçã". Mas quem pode julgar seu proceder? Se hoje trocamos amores por diversão?
Amores? Quem garante que não passava de paixão?
Autora: Sharline Dionízio