A palavra chega como um
refúgio.
Ainda que esteja dentro de
mim,
vem como significado externo,
com o propósito de fazer-me entender
o inteligível.
o inteligível.
Os medos, as perdas, os
diálogos internos.
A solidão dos pensamentos tão vãos,
tão desnecessários.
Assuntos sem solução,
vidas que estão à volta e não sabemos quem são.
A consciência tenta usar a razão,
mas o outro
que nos infere suas idéias nos ganha
como um conselheiro que nos atormenta,
e
ele quase tem razão.
Não sei se palavras resolvem,
talvez não!
O que faço então com os sorrisos não dados?
Com a demora?
Com a distância entre o que mostro e o que sou?
Entre os olhos que dizem e os olhos que
calam?
Entre os dedos que cruzam e a torcida infundada ?
O que faço com o grito guardado?
Com a lágrima que cai?
Com o choro que não sai?
O que faço com a preocupação
inútil?
Com os insultos?
O que faço comigo quando não mais acredito?
O que faço comigo quando não mais acredito?
O que faço com a fé?
O que faço com você?
O que faço no mundo sem você?
O que faço com o
pensar?
O que faço com o fazer?
O que faço com o que não faço?
Faço e não sei fazer.
.
Penso sem fazer, faço sem pensar!
Penso sem fazer, faço sem pensar!
Sou
mais que penso e menos o que sou.
Sharline Dionízio