Certeza. Essa palavra tão breve e tão forte. Tão independente. Não fraqueja, nem se move.
Certeza, palavra triste, porque não precisa de mais nada. Possuir a certeza é ser todo em qualquer ação. É nada mais esperar, é acabar-se em si mesmo.
Ter certeza é não precisar... não precisar sofrer, ou mesmo sofrer sem querer. É altiva e prepotente. Tem a verdade e nada mais carece. Já cresceu e amadureceu nada mais tem que venha a aprender.
Certeza que não esmorece, mas que também não enobrece. Certeza que em nada nos inveja, mas talvez precise alguma vez, do que só a dúvida tem a dizer.
Dúvida! Maravilhosa dúvida que nos faz buscar, imaginar, procurar...
Duvidar é ser incompleto, é procurar o pilar que só a certeza pode dar. Se um dia a certeza nos encontrar e se alcançarmos a sua verdade, seremos mais completos. Mas eu só quero a lentidão que o preencher sabe fazer.
Ser completo é acabado. Não precisou juntar as poucas verdades, não foi se fazendo. A completude de que falo, é, e nada foi antes. Já surgiu na totalidade do ser.
Ser preenchido remete a pequenas doses de verdades. Preencher é aos poucos ser, é construir-se e ser todos os dias. Ser preenchido é ter sido um pouco cheio e um pouco vazio.
Ah! Certeza tão almejada! Tão buscada! Tão procurada! Estás tão enganada! Será que alguém realmente deveras te quer?
Não te iludas certeza! Porque o que se quer é procurá-la. É como brincadeira de esconde- esconde, onde o melhor não é encontrar, mas a busca, a ansiedade, a frieza, a expectativa de achar.
Certeza quero procurá-la, no entanto sem que possa de fato, saber onde está.
Certeza é deixar de ser humano, quero a angústia do ser. De não saber o que o amanhã vai proporcionar. Quero a cegueira da incompletude, do nada saber.
Ter certeza é ter esgotado a esperança. E eu quero ainda esperar e todos os dias um pouco preencher.
Não sei viver diferente, só sei ser aos poucos!
Autora: Sharline Dionízio
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