Pensamentos
vão surgindo de uma longa madrugada...
Calados,
silenciados pelas horas...
Palavras
vão se fazendo, surgindo do nada ...não há escolha, estou sendo levada.
Não é
novidade o que chega e sai de mim...conheço cada interrogação de noites
assim....sem fim!
Noite
ainda quando é dia fora. No sentido de que quase tudo vem a tona...Será por
causa da hora?
A
indagação que permanece sem ir embora é a liberdade e o sentido da verdade.
Sabe...
quisera eu dormir...e somente acordar depois que o mar parasse de se
agitar...mas o desconhecido me encanta, não importa o tempo de chegada.
Liberdade...
quem a tornou parte de nossa realidade? Os iludidos lutam por ela... revolução
e guerra...
Quem falou
em autonomia vive em um mundo a parte. Para estar aqui é preciso mergulhar na
realidade....
Ser livre
é submissão... desculpe essa decepção.
Não queria
dizer que liberdade é fantasia. Mas sou o que sou, e não tive escolha...queria
ser uma novidade.
E a verdade
que Pilatos indagou do Cristo?
Que
revelação é essa? Que ele não quis pensar...não quis dizer. O que é a verdade?
Foi o que
ele perguntou... e hoje ainda não paramos de questionar.
Verdade? Que
tolice!
Quem
inventou esse disparate?
Existe
realidade...essa que te acorda quando o sol desponta... que te adormece quando
é hora...hora...tempo que dita o caminho, experimenta não olhar os ponteiros
que se deslocam!
É disso
que falo...não percebes essa manipulação? Não se preocupe, não há maldade e nem
bondade, apenas o curso da realidade.
Por que não
estou dormindo? E se trocasse o tempo? E só quisesse dormir semana que vem? Não
poderia, não sou livre para escolher que horas adormecer.
E se
tentasse parar de comer? Ainda seria loucura, sou dependente disso que me
sustenta.
Escolhi a
pílula que abre os olhos...que transporta para o real...
Voltar não
é mais possível e quem me fez chegar?
Sou personagem
e conto a história...sou autora e personagem ou sou narradora e
Protagonista?
Isso explica alguma coisa?
Se tudo
que temos é o sensível....será que o cheiro ta errado? O que ouço é utopia? Minha
visão enganadora?
Cogito,
ergo sum?
Penso,
logo sou?
Descartes,
desculpe dizer que se enganou, leia minha versão agora: Penso, logo não sou.
Não sou o
que digo ser...ao pensar descubro que sou cópia de tudo que circunda a
existência. Uma folha levada pelo vento e esse vento chama-se sociedade
hipócrita.
Sou onde
não penso...Freud explica agora...
Será? O id
está falando agora?
Pode me determinar?
Desejo.
Castração. Pulsão...liberdade...verdade.
Escrever é
deixar o inconsciente falar?
Então,
preciso parar...até as palavras são submissas...
Só há uma
liberdade na vida do ser humano: Saber que é um prisioneiro na terra.
Autora: Sharline Dionízio
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