Um sorriso foi o que me encantou.
A mágica de um gesto, o qual não havia utilidade, mas era tudo que ele podia ofertar.
Da não necessidade nasce o prazer de contemplar, de apreciar.
Sorrir é natural. Todo mundo faz!
Mas aquele sorrir tinha algo mais.
Acabara de se cortar, o sol estava ainda quente e as várias cartas em suas mãos,
denunciavam muito trabalho que ainda iria enfrentar.
Olhei seu sorriso e não pude deixar de reparar na gentileza de seus modos
E na forma que gastava suas horas.
Ainda tinha muitas cartas para levar aos seus destinos, mas ele não tinha pressa.
De apressada, somente eu, que apesar de não ter o que fazer, corria nas palavras,
Nos passos e ele apenas a me fitar.
Limpava seu braço do ferimento e perguntava meu nome com um sorriso cheio
de paciência.
Pensei que sua vida era muito doce, não por ser fácil, mas por conseguir
Sorrir de forma tão verdadeira, quando podia agir com indiferença.
A poesia está em seu olhar, está na lembrança desse sorriso, da lição que recebi
sem que proferisse palavra.
Sorriso que não sei explicar.
Não sei ao certo o que me provocou, mas certamente nunca deixarei
de sorrir mesmo que não haja motivos para tal.
Foi isso que ele me ensinou.
Sharline Dionízio
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