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sábado, 26 de julho de 2014

A condição humana


Vivemos como em um sono profundo e a morte é o despertar permanente. Interessante que comumente ouço que o sono se assemelha a morte, eu não acho. O sono se assemelha a vida, pois com suas ilusões (sonhos) nos fazem acreditar que a realidade é aquilo que vemos, no sono não nos damos conta da vida que vai passando, da respiração que envolve nossos pulmões. O sono nos deixa vulneráveis, despreparados. Na vida nunca estamos preparados, o futuro é incerto, o presente, muitas vezes, um embrulho difícil de abrir todo dia. Viver é assim.
São tantas as tentativas do homem para descobrir os segredos da terra, mas em vão vasculham nos cérebros humanos a inteligência perfeita, procuram vida em planetas afastados, constroem imensos paraísos particulares na ilusão de que algum dia possam ser donos dos próprios corpos, possam quem sabe, prever e marcar o dia da morte, ou melhor, nem morrer.
Estudamos anos e anos a fio, na esperança de sermos úteis para a humanidade e não sermos descartados pela sociedade. As pessoas se especializam em profissões, que talvez dê bastante dinheiro para que possam comprar tudo que desejam, se esforçam para serem melhores em tudo. Melhores na vida, melhores na comida, melhores nas roupas, melhores nas casas que moram, melhores conhecedores de tudo, melhores no amor, melhores até na dor.
Enquanto isso, aqueles que nem de longe poderiam sonhar com tamanha façanha, vêem tudo isso inertes, tristes, sonhadores cegos, surdos e mudos, que por meio de uma tela pequena e antiga acompanham o progresso da humanidade. Esses passam despercebidos. A não ser que nos emocionemos um dia desses, com uma história linda de um menino de rua que cresceu e tornou-se doutor... aí sim, acreditamos que um sonho pode ser real mesmo. Ou quando um  apresentador de TV vai até a favela e reforma a casa de uma mãe desesperada que passa fome todo dia, ou reforma o carro velho de algum homem pobre que sustenta a família de 11 filhos, que finalmente poderão passear de carro novo com o pai, sem nada na barriga.
Quando vamos ao shopping o que vemos é a segregação, o poder das roupas, do dinheiro, do prestígio. Quando abrimos o facebook, não vemos nada diferente disso. Vemos felicidade comprada, forjada, amores inventados, personalidades falsas, Sorrisos fingidos, aventuras mentirosas, festas maravilhosamente mal aproveitadas, vemos futilidades expostas ao ridículo. E novamente, aqueles que vêem pensam: Nossa, como são felizes! Como a vida deles é perfeita!
Não quero aqui condenar as pessoas que fazem isso, longe de mim! É só reflexão, é só conversa pra boi dormir! O que desejo mesmo é viver a vida como em um longo sono, sabe aqueles sonos que você dorme com vontade, quando você ta muito cansada e se deita na cama? Um sono gostoso. Quero sonhar muito, mas aquele sonho que você sabe que ta sonhando... já sonhou assim? É isso, eu quero vida de verdade, amores verdadeiros, sorrisos sinceros, felicidade cotidiana, não quero roupa de grife, quero ser "eu" onde estiver, não quero expor o quanto sou feliz, eu quero é ser. Quando um dia eu despertar, que seja maravilhoso também. E talvez pergunte como Pilatos: O que é a verdade?


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