Sejam bem vindos!!

























sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

<< Inércia >>



    Há dias solitários, quentes e vazios em que o vento passa somente por passar.
    São dias banais, distraídos e sem sentido.
    Tempo de um nada que se instala debruçado nas janelas da vida
    a esperar o sorriso de uma novidade corriqueira.

    Tardes frívolas banhadas por pequenas doses de descontentamento.
    Não há alegria em deixar-se ser.
    E é isso que faz o dia tão trivial: a vida
    levando teu dia e tuas tardes tão banais.

    O céu parece não se importar com o movimento que faz.
    Só eu a espreitar os desenhos dos aviões que vão riscando o ar.

    Os gritos de choro são crianças na calçada contrariadas pela mãe.
    Os pássaros que cantam são pequenas criaturas aprisionadas em gaiolas
    entoando a canção que não tenho coragem de cantar.


    Olho, sentada na calçada, um cão cheio de dores que se arrasta pelas ruas.
    Ele nem sabe que a vida o devora.
    Quis ser como ele, que a vida carrega aos poucos sua energia e ele nem ao menos
    Se importa. Eu, que nem cão sou, arrasto-me entre desatinos e
    tenho consciência da minha miséria.

    O sol faz seus primeiros deslocamentos de despedida.
    Nada muda no que sinto e vejo do dia que vai embora.

    Sharline Dionízio




quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A vida que passa...



  Os olhos não sabem em que exatamente fitar e ao que parece não há pressa para fixar-se em algo. 
Os sons daquela tarde costumeira são diversos e já tão naturais, que é difícil distingui-los do constante gemido que opera a cadeira de balanço em que está acomodado. 
A tarde é igual, o céu permanece com aquele azul claro que parece ser presente de Deus a quem não espera mais nada da vida. 
Passos despreocupados seguem à sua frente e vão desaparecendo à medida em que se distanciam, ficando apenas o rastro de gente.
 A cadeira vai para frente e para trás e a vida vai sendo levada, assim como o vento conduz delicadamente a folha que não se dá conta de seus movimentos. 
Não tem pressa mais para viver, aprendeu que a vida acontece sozinha. 
As conversas alheias à sua frente não o distraem, escuta como quem não se detém nas palavras, apenas no essencial. 
Os olhos alheios não se voltam para à calçada e ele pensa consigo que não tem mais atrativos para receber um olhar mais demorado.
Elege alguns passantes e pergunta-lhes a hora, como uma forma de dizer ao tempo que não tem medo do espaço que percorre.
As lembranças são constantes em sua mente, é o que move ainda seu interior...
os tempos de juventude. 
As mulheres que amou, as paixões findas e os dias de sofrimento que o faziam sentir-se vivo.
Tudo é passado?
parece que não, consegue sentir cada sensação, cada suspiro, toda paixão!
Ninguém sabe o que se passa em seu coração no momento em que está sentado na cadeira de balanço.
Prefere calar, ninguém tem tempo para escutar e certamente repetiria as mesmas histórias que seus filhos e netos já estão cansados de ouvir.
Mal sabem que tudo que fala é o que mantém sua vontade de viver ainda, vive disso: das lembranças.
Todo dia é a mesma coisa: Tarde ensolarada, cadeira na calçada e a vida que passa.



 Sharline Dionízio
     

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Ondas do mar...




Pergunto para o mar de onde vem tanta beleza?
Suas ondas me desafiam, sua majestade ofusca a vida.
Não obriga.
Manso e agressivo.
Não irrita.
  Hipnotiza-me.

Ensina-me  a amar
porque és fugaz.
E só quem se joga, como tuas ondas
Sabe como se entregar.

A correnteza luta para levar
a tristeza que teima em ficar.
Tua liberdade tão natural e forjada
por Deus, fala mais que as palavras
Que não sei pronunciar.

Só tuas ondas a levar meus pensamentos.
E meu corpo apenas sente o que não
Sei explicar.
São momentos que ficam e outros
Que teimas em levar.



 Sharline Dionízio






domingo, 7 de outubro de 2012

Brasil, um país de poucos!!!



Povo brasileiro, não os culpo pela descrença.
Não julgarei teus gritos de revolta.
Terei paciência quando cansados do descaso já não crês que há
Solução.
Em meio às circunstâncias tão adversas o que se houve são brados
que não fazem eco.
Nação tão subjugada pelo dinheiro, pela força dos poderosos.
Não os culpo por não terem mais a cor da esperança.
Não tens mais cor alguma.
Quando de longe vejo olhares que não fitam mais nada
Não ouso dizer que sois culpados pelo governo que tens.
Não é tua culpa.
Andas como quem não vai a lugar algum.
E há algum lugar para ir?
Tuas lágrimas me comovem, teus pés cansados paralisam os meus.
Teu discurso é de quem não acredita mais.
E eu, ainda posso dizer para não desistir, simplesmente por que teu sorriso me enche de esperança.
Quem sois senão povo que não sabe o que faz com o poder que possui?
És as mãos que escolhem, mas também és a vida manipulada pela ganância.
Não os culpo e nem poderia!
Quantas vezes teus passos buscaram a  única luz
 que  iluminava e no entanto voltastes sem nada!
Minha voz para ti não fala.
Somente ouves os gemidos do vazio de teu corpo cansado!
Teu chão é árduo.
Não houve saída para tua estrada, teu caminho foi roubado.
Queria poder dizer mais do que disse naquela fila da democracia forjada.
Não tens muito estudo, mas já me falavas da obrigação
De escolher quem não merece vencer.
Já me questionavas sobre minha esperança e eu só pude
Dizer que fé é confiar sem ver.
Mas, não sei por que falei de fé, para um povo
Que faz isso todo dia sem saber.
Fui para casa com aquela palavra na mente: Fim!
E aquela mulher também foi embora e levou
Minhas palavras que não servirão para nada.
Mas em mim ficou sua tristeza, sua revolta  de uma cirurgia
que nunca chega e  esse texto
Que agora escrevo baseado nas palavras que escutei.
Minha última frase foi: D. Lurdes tenha esperança a senhora vai vencer!
Autora: Sharline Dionízio






sábado, 22 de setembro de 2012

Acaso....



Sem querer o sol aparece de manhã...
As flores desabrocham sem  nenhuma intenção.
Sem querer a chuva cai numa tarde de primavera.
O vento entra pela minha janela.
Sem querer ouço  pássaros lá fora...
Sem querer o  céu resplandece de estrelas enquanto
a vida demora.
Sem querer  o mar se agita.
 a Lua se enche de glória.
Sem querer as montanhas se formam
Sem querer o frio me incomoda.
Sem querer  as árvores dão frutos e
Morrem.
Sem querer a vida passa e o tempo
Não volta.
Sem querer as palavras são concebidas
e o mundo começa.
Sem querer a paixão chega e a saudade
Com ela.
Sem querer vi sua chegada
Mas é por te querer demais que 
não quero sua partida.

Autora: Sharline Dionízio

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

_-Abstrato-_


 Talvez o avesso seja a melhor parte de mim.
Mas se nem o avesso for suficiente para a vida que precisa viver?
Se minha forma de olhar de dentro não for adequada para você?
Penso, penso, penso...
E isso é tudo que tenho para oferecer...
Pensamentos soltos, inconstantes e sem solução.
O que há dentro de mim, você não pode ver.
Mas, esse eu  tão interno, avesso...
te procura nos rastros de palavras escritas.
A distância do meu corpo para o teu, evidencia nossas incapacidades.
E lá,  olhando o mar não pude ver nenhum horizonte para trilhar.
Tenho alma, espírito em forma de poesia, em moldes de tristeza.
E tua forma de ser, diz ao mundo apenas de um olhar, um sorriso
Que não espera a alma dizer. Apenas diz. Vive e sente como quem não
Repara no amanhecer, no cantar, na paisagem, no não dito, nessa distância.
Eu...  tão eu...tão não-eu e nunca como você...com você e sem você..

Autora: Sharline Dionízio

domingo, 2 de setembro de 2012

Em mim...



Sinto inadequação.
Vontade de ser como o pássaro que vi dia desses...
Não sabia que podia voar, mas  ainda assim voava.
Passou dos meus olhos e seguiu solitário no céu.
E eu...fiquei com o espanto de quem não sabe o que é voar.
Estava tão apressada.
Mas o pássaro não, não tinha pressa.
Pensei que ele era muito feliz.
Incondicionalmente alegre só por voar.
Deve ser bom ter o céu como caminho.
E o tempo inexistente.
Nenhuma distração, a não ser o azul que toma conta do horizonte.
Sentir o vento das alturas e a liberdade da partida.
Queria mirar teu olhar, mas só vejo imensidão.
Ah, se a vida fosse um céu estrelado e um pássaro a dançar no ar!
Se meu amor fosse como essa vista de lua tão imensa!
Se pudesse dizer nem que fosse a metade do que minha garganta sufoca!
Se soubesses como a vida me devora!
Como pensei em ser somente tua e o medo me puxando para fora.
Como tua fala se assemelha aquele pássaro que a liberdade leva!
Minha voz não passou de uma despedida.
E, no entanto, o que mais queria era tua boca.
O pássaro lá estava numa tarde tão comum...
E a minha vontade era de ser um.
Tal inadequação parece real e esbarra na minha ilusão.
O mundo que construo todos os dias me diz que não há solução.
Olha para quem sou...
Não! Não enxergas que não sou pássaro?
Pensas que posso voar.
Inadequação.
Não nasci para o voo...
Firme estou na terra de todos e ao mesmo tempo de ninguém.
Do mundo de quem precisa se afirmar.
E eu...
apenas querendo voar.

Autora: Sharline Dionízio







quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Quando as flores nasceram?

 
 Não vi o desabrochar das rosas que um belo dia amanheceram em meu jardim.
   Admirei o orvalho que delicadamente pousou em tuas pétalas tão indiferente a
   minha solidão.
   Senti  tua paz e vi que minha melancolia em nada assemelhava-se a tua alegria
   de rosa que só não é maior porque não sabes que assim és.
   Penso que não és só bela. Há uma magia intrínseca ao brotar de tua vida, bem maior que
   a minha existência.
   Todos te querem  colher e alguns oferecem-te como presente de paixão
   Só eu que não me dou  inteiramente a vida que grita para mim.
   
   FLOR, COMO ÉS FELIZ!
   Qualquer uma mais que a mim. 
   Não te preocupes comigo. 
    Só quero contemplar-te porque és o que não posso ser: livre de pensamentos ruins. 

    Autora: Sharline Dionízio

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

O amor acaba? *=*



    

     Corro o risco de não saber responder a esta pergunta e até mesmo não querer respondê-la. No entanto, aventuro-me a essa questão que tanto me intriga e instiga também. E aviso que faço apenas uma reflexão sem a exigência de persuadi-los de absolutamente nada.
     Tantas histórias de amores findos e despedidas amargas. Não é só na voz de Elis Regina que o amor tem fim trágico. Que o olhar é de adeus. Que as pessoas se arrastam, arranham-se, escondem-se atrás da porta e choram. O amor acabou!
   Será mesmo que amor acaba? Um belo dia quando a felicidade reina, quando dois corpos se conversam, quando a vida parece normal e a rotina suscita olhares já mais distantes, porém aparentemente apaixonados. Um diz para o outro que já não ama mais. A surpresa é inevitável.  Mas, como assim não ama? Ainda ontem fazias juras de amor!
    Um sai de casa o outro fica. Um se vai na certeza de ter tomado a decisão certa. O outro...sem respostas. Permanece somente a última palavra: Adeus! Que por vezes não foi sonora. Foi só gesto que doeu. O virar das costas. O simbólico fechar a porta para sempre.
    Quando um não ama, o outro não pode amar! Certo? Queria dizer: Certíssimo! Mas a vida não se calcula como a matemática. Por que o amor tão grande de um não é suficiente para a relação? O amor terminou! Mas não foi essa mesma pessoa que tanto amaste um dia? Que os olhares se encontraram e um sentimento tão bonito surgiu? Sim, a mesma. Será?
    Amor! Como explicar o fim?   Se amar é uma decisão, como não amar? Por que escolher o término em detrimento da promessa de eternidade? Talvez tenha ido longe demais nas questões, mas não limitaria meu pensamento a perguntas que posso responder.
    Bem, Talvez pensemos ainda como Eva, que trocou a eternidade por uma "maçã". Mas quem pode julgar seu proceder? Se hoje trocamos amores por diversão? Amores? Quem garante que não passava de paixão?

Autora: Sharline Dionízio
  
    
  
    

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

__Noite__



Dias tranquilos não trazem paz.
Noites de calmaria escondem tempestades sombrias.
Quisera eu que o silêncio desse dia silenciasse também  minha vida.
Brisa e folhas que dançam no ar...
Só não se move essa minha indiferença.

O nada parece vazio e sem vida, 
mas traz agonia.
É doloroso suportar a lacuna do tempo que somente sussurra.
Ainda se gritasse, berrasse!
Mas não. silencia.

Isso passa!
Dias vazios.
Inércia de agora.
Eu.. .parada nas horas.

Será que se esforçar-me consigo ouvir sua voz?
Mas ela não fala!
Só passa.
E sempre passará.

Ouço só a chuva lá fora.
Ela não se importa com o que sinto.
Nem eu pergunto por que chora.

Entretanto tenho a atenção em
cada gota que toca o chão
E escorre pela vala.
Não sabe do seu nada e do que nunca será.
Apenas corre em sua fluência...
Se pudesse também fluiria como ela!

Desejo voltar àqueles dias em que não tenho lembranças.
Época em que  vivia o agora.
Primeira infância.

A noite está passando...
Como faço para desvincular-me de tudo
 que sinto?
Talvez a morte.
ou  apenas morrer um pouquinho.


Autora: Sharline Dionízio





segunda-feira, 23 de julho de 2012

)))- Você -(((




É fácil falar do amor, da paixão e do desejo.
É fácil falar do céu, do mar, das estrelas e do universo.
Difícil é falar do que sinto quando você está perto.
É fácil escrever poemas de amor quando não nos envolve.
Difícil é descrever este meu sentimento tão nobre.
É fácil escrever pensamentos bonitos de paixões e encontros ardentes.
Difícil é definir o que sinto com os seus beijos.
É simples olhar para o céu e apreciar tanta beleza.
Difícil é contemplar a lua e não sentir a sua ausência.
É fácil dormir com alguém.
Difícil é entender o fato de acordar no meio da noite pensando em você.
É simples falar de abraços e do benefício de estar perto.
Difícil é não ter seus braços sempre que desejo.
Escrever este poema é até bem simples.
Difícil mesmo é não ter palavras para explicar
O que você representa.
O silêncio talvez seja melhor do que tentar explicar
meus sentimentos, minha falta de apetite ao seu lado
e este poema.


Autora: Sharline Dionízio

sexta-feira, 13 de julho de 2012

[...] Palavras e nada...





Como dizer o que sinto agora?
Palavras não são bem-vindas.
No entanto me deixo levar por tentadoras letras.
Vicissitudes desta vida levam-me embora.
Ah! Como desejo sair daqui e enfrentar uma tempestade lá fora.
Sair em meio a raios e trovoadas.
Entretanto, o mar tão bravo não está fora.
Queria o significante brotando dessas palavras...

Solidão pode ser estar sozinho.
Sentir saudades de outra alma.
E porventura ficar triste em meio a muita gente.
Mas esta que resolveu fazer-me companhia é mais que isso.
Solidão de falta de si mesmo que rasga por dentro.
E mais um pouco de algo que não consigo dizer.

Quero mais que tudo esse algo que pulsa.
Mas não quero correr para isso que me sustenta.
Ficar aqui sozinha comigo não resolve esta lacuna.
Minha história não me diz o que fazer agora.

Não posso dizer que conseguirei ser o que você espera.
Não por falta de querer.
É a inércia destas dúvidas que me paralisam nas horas.

Tudo, tudo que quero agora é uma presença...
Desejo preencher este vazio que insiste em não ir embora.
Não entenderias se falasse...
Palavras agora não servem para nada.

Autora: Sharline Dionízio

sábado, 7 de julho de 2012

-> Uma ausência <-



Hoje não sei mais quem você se tornou...
Não reconheço mais seu sorriso.
Suas poses, suas demoras incansáveis.
Seus gestos engraçados, sua maneira de cantar.
Sua mania de me olhar.

Onde está você?
Não vejo mais em seus olhos os sonhos de outrora.
Tenho sonhos hoje que você nem sabe!
Estou ausente das suas memórias.

Se ao menos, suas palavras ficassem.
Mas não, sua voz se calou  e o seu discurso
Ficou nas páginas que passaram.

Será que você lembra dos dias felizes?
Das piadas que contávamos.
Lembra que eu sempre ria antes de terminá-las?

Não sei por que você se foi.
Você sabe?
Tantas conversas ainda...
Momentos que não floriram no jardim
Que construímos.
Flores que murcharam, outras nem nasceram.
Mas ainda lembro dos passeios insólitos e das
Horas ligeiras.

Sei que está bem.
Melhor do que eu talvez.
Mas, porque o tempo precisa ser tão
Frio e calculista?
Você na sua vida e eu na minha.

Nossos caminhos se cruzaram
E tomaram rumos diferentes.
Será que ainda há um meio de refazer este laço?
É ruim dizer isso, mas não é possível
mais unir-me a seus passos.

Será que deixei o melhor de mim quando
Fui personagem da sua história?
Não sei.
Torço para que você se recorde
apenas do meu sorriso de amizade.
Do olhar de perdão nos momentos que 
Precisava.
E lembre-se:  saí da sua vida, mas te tenho ainda
Na minha.




Autora: Sharline Dionízio







quinta-feira, 5 de julho de 2012

AvEsSo


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Quem me lê agora...
Enxerga menos do que gostaria de dizer.
Quantos podem entender a verdade dessas máximas?
Isso não é tão grave.
Não é possível uma compreensão completa de uma alma.
Este rio é demasiado profundo e lá no fundo há certa melancolia.
E quem deseja conhecer o que há dentro?
Não há tempo e nem momento...
Só a rotina que paralisa que devora.
É mesmo necessário ver o que há além da visão?
Necessidade? ??
Sensibilidade é uma raridade no mundo de então!
Aparência é modismo.
Não há mais tempo.
 Insisto nesse tema.~

Autora: Sharline Dionízio
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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Tic-tac...Tic-tac...



Pensamentos vão surgindo de uma longa madrugada...
Calados, silenciados pelas horas...
Palavras vão se fazendo, surgindo do nada ...não há escolha, estou sendo levada.
Não é novidade o que chega e sai de mim...conheço cada interrogação de noites assim....sem fim!
Noite ainda quando é dia fora. No sentido de que quase tudo vem a tona...Será por causa da hora?
A indagação que permanece sem ir embora é a liberdade e o sentido da verdade.
Sabe... quisera eu dormir...e somente acordar depois que o mar parasse de se agitar...mas o desconhecido me encanta, não importa o tempo de chegada.
Liberdade... quem a tornou parte de nossa realidade? Os iludidos lutam por ela... revolução e guerra...
Quem falou em autonomia vive em um mundo a parte. Para estar aqui é preciso mergulhar na realidade....
Ser livre é submissão... desculpe essa decepção. 
Não queria dizer que liberdade é fantasia. Mas sou o que sou, e não tive escolha...queria ser uma novidade.
E a verdade que Pilatos indagou do Cristo?
Que revelação é essa? Que ele não quis pensar...não quis dizer. O que é a verdade?
Foi o que ele perguntou... e hoje ainda não paramos de questionar.
Verdade? Que tolice!
Quem inventou esse disparate?
Existe realidade...essa que te acorda quando o sol desponta... que te adormece quando é hora...hora...tempo que dita o caminho, experimenta não olhar os ponteiros que se deslocam!
É disso que falo...não percebes essa manipulação? Não se preocupe, não há maldade e nem bondade, apenas o curso da realidade.
Por que não estou dormindo? E se trocasse o tempo? E só quisesse dormir semana que vem? Não poderia, não sou livre para escolher que horas adormecer.
E se tentasse parar de comer? Ainda seria loucura, sou dependente disso que me sustenta.
Escolhi a pílula que abre os olhos...que transporta para o real...
Voltar não é mais possível e quem me fez chegar?
Sou personagem e conto a história...sou autora e personagem ou sou narradora e
Protagonista? Isso explica alguma coisa?
Se tudo que temos é o sensível....será que o cheiro ta errado? O que ouço é utopia? Minha visão enganadora?
Cogito, ergo sum?
Penso, logo sou?
Descartes, desculpe dizer que se enganou, leia minha versão agora: Penso, logo não sou.
Não sou o que digo ser...ao pensar descubro que sou cópia de tudo que circunda a existência. Uma folha levada pelo vento e esse vento chama-se sociedade hipócrita.
Sou onde não penso...Freud explica agora...
Será? O id está falando agora?
 Pode me determinar?
Desejo. Castração. Pulsão...liberdade...verdade.
Escrever é deixar o inconsciente falar?
Então, preciso parar...até as palavras são submissas...
Só há uma liberdade na vida do ser humano: Saber que é um prisioneiro na terra.

Autora: Sharline Dionízio




sexta-feira, 8 de junho de 2012

Quando olho para o céu....



À claridade de tua formosura sempre permaneço.
Não importa se no céu ou não te vejo.
Ver é perder a mais bela forma de sentimento.

Entre as nuvens ilumina o caminho.
Todos admiram sua grandeza...
 do viajante e simples andante
Àquele que estuda seu movimento.
E eu que nada sou, também aprecio sua beleza.

Se pudesse fazer o tempo parar
 seria, quando inerte
 observo seu esplendor.
 Ao sentir o cheiro da noite
e o  rastro de luz no horizonte.

Conhece todos os romances que embalou
à luz da meia-noite da pracinha do interior.
Se dissesse palavra falaria do brilho em meu olhar
em plena segunda-feira de uma semana de luar.

Não deixa a noite antes que encante qualquer um.
Os apaixonados e  os desesperados.
 eles sentam à beira do caminho e pedem uma luz
Para o céu iluminado.

Não importa se ela sabe ou não que cá estou.
Só de me emprestar seu brilho, posso dormir
na certeza que o universo conspira a meu favor.

Falo da Lua... e também do amor!!!

Autora: Sharline Dionízio